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Resposta Muda o Mundo

É importante ter presente que a produção de produtos de origem animal biológicos tem como principal preocupação o controlo da qualidade dos alimentos ingeridos pelos animais (procurando uma alimentação o mais natural possível e evitando produtos químicos e medicamentos). A preocupação com o bem-estar dos animais é uma preocupação acessória (tendo em vista a qualidade do “produto”) e não uma preocupação genuína com os animais individuais que são usados.

O processo de produção de leite biológico é idêntico ao processo convencional. As vacas são forçadas a engravidar (para que tenham leite), quase sempre através de um processo de inseminação artificial invasivo. Após nove meses de gestação, nasce o bezerro, ao qual apenas é permitido ficar com a mãe o tempo mínimo para beber o colostro (o primeiro leite segregado após o parto e que confere protecção imunitária essencial para a sobrevivência do recém-nascido). Em condições naturais, a vaca amamentaria o filho durante 9 a 12 meses, mas esse leite é-lhe retirado para alimentar humanos. Com apenas 1 a 2 dias de vida, o bezerro é retirado à mãe numa separação agonizante que deixa as vacas desesperadas, sendo que algumas emitem sons de lamento durante dias. Os bezerros costumam ser levados para serem engordados, mortos e vendidos como carne de vitela. As vacas são novamente forçadas a engravidar logo 2 a 3 meses após o parto, de modo a manter a produção de leite no máximo. Ao fim de alguns anos, no máximo 6, as vacas já não conseguem produzir o suficiente para serem economicamente rentáveis e são enviadas para o matadouro, exactamente como acontece às vacas e aos bois criados especificamente para carne. Num santuário, as vacas poderiam viver até 25 anos.

As vacas leiteiras são os animais mais explorados de toda a indústria agro-pecuária e as vacas que produzem leite biológico não são excepção. Na produção de leite biológico, embora as condições em que as vacas são mantidas sejam geralmente mais adequadas do que na produção de leite convencional (nomeadamente em termos de lotação dos espaços interiores e acesso a espaço exterior), as vacas continuam a ser usadas e mortas pelo seu leite, o que é absolutamente injustificável.

A pergunta para a qual devemos procurar resposta não é “como é que se pode retirar a maior quantidade possível de leite a esta vaca de forma a causar-lhe o mínimo sofrimento?”, mas sim “que justiça há em trazer esta vaca ao mundo, engravidá-la repetidamente para que tenha leite, retirar-lhe os filhos logo que nasçam e abatê-la ainda jovem, apenas para satisfazer o nosso paladar?”.

A questão fundamental não é o grau de exploração, sofrimento e abuso a que os animais são sujeitos. A questão é que os outros animais não existem para nós os usarmos, independentemente de os usarmos de forma mais ou menos “simpática”. Não temos nenhum direito de criar, subjugar e matar os outros animais apenas para satisfazer o nosso paladar. E ninguém precisa de beber leite animal ou qualquer outro produto de origem animal para ser saudável; pelo contrário, cada vez mais se tem comprovado que os produtos de origem animal estão associados a diversos problemas de saúde.

Publicado em 13 de Maio de 2011

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