«Tinha Uma Vida Feliz...»

Porquinho

«Tinha uma vida feliz. Era um verdadeiro sortudo, um dos poucos que podia sentir o sol na minha pele, brincar na lama e cheirar a terra molhada. A gente que tratava de mim na quinta era muito simpática e carinhosa. A vida corria-me bem, até ao dia... Sempre julguei estar em segurança na quinta e sempre acreditei que aquela gente, a minha gente, gostava mesmo de mim. Afinal, naquele terrível dia, trocaram-me por um maço de notas.

«Eu não queria acreditar. Não queria sair da minha casa. Fiz força. Gritei. Mas quem me comprou arrastou-me impiedosamente dali para fora e atirou-me para uma camioneta juntamente com os meus irmãos. Amontoado no meio de tantos outros, julguei que fosse morrer logo ali. Mas não tive essa sorte. Estava no meu destino conhecer o campo de extermínio para onde me levavam. Não sei se passaram horas ou dias mas, por fim, chegámos ao destino. O cheiro a morte que se fazia sentir à distância não enganava ninguém — aquele era um local horrendo. Estar naquela camioneta era mau, mas sabíamos que o pior ainda estava para vir. Nenhum de nós queria sair e entrar de livre vontade naquele local.

«Um a um, arrastaram-nos para fora da camioneta e obrigaram-nos a seguir em fila por um estreito corredor. O ar estava irrespirável com um cheiro nauseabundo, e os gritos de quem seguia à frente eram a única coisa que conseguíamos ouvir. Finalmente, chegou a minha vez. A morte, enfrentei-a nos olhos, não sei se com um grito de terror ou com o silêncio da angústia avassaladora. Naquele segundo, despedi-me dos meus irmãos, da terra que nunca mais irei cheirar e da beterraba que nunca mais irei saborear. Com a violenta cobardia de um tiro na cabeça, a traição foi consumada e a história da minha curta vida chegou ao fim. O meu corpo, esquartejado, irá agora cumprir o destino para o qual a gente da quinta me trouxe ao mundo... Tinha uma vida feliz e gente simpática que dizia gostar de mim, mas tudo não passou de uma mentira cruel.»

Consumir produtos de origem animal é consumir violência, seja qual for o rótulo simpático e alegre com que a embalagem é disfarçada. Depois de percebida a violência, morte e exploração implacável que todos os produtos de origem animal implicam, o sabor torna-se demasiado amargo para a nossa consciência. O difícil mesmo é continuar a desculpar consumir produtos resultantes da violência gratuita exercida sobre seres indefesos que dizemos respeitar. Se queremos respeitar os outros animais, temos de deixar de os tratar como coisas que estão aqui para os humanos reproduzirem, explorarem e depois matarem.

Passa das palavras aos actos! Desliga-te da exploração e violentação dos outros animais, abraça o veganismo. Sorriso

Publicado segunda-feira, 28 de Janeiro de 2013

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