As Galinhas, os Pintainhos e os Ovos

Galinhas
Milhares de pintainhos nascidos numa
incubadora industrial.

Galinhas
Pintainhos recém-nascidos na “linha de montagem”
para determinação do sexo.

Galinhas
Os pintainhos macho não dão dinheiro e
são tratados como lixo.

Galinhas
Corte do bico às pintainhas.

Galinhas
Uma moderna exploração de ovos cage free.

Galinhas
Galinhas na linha de suspensão para
abate no matadouro.

Para que nasçam galinhas poedeiras (as galinhas criadas para pôr ovos), os ovos são incubados aos milhares em gavetas de incubadoras industriais. Assim que acabam de eclodir dos seus ovos, milhares de pintainhos são colocados numa espécie de “linha de montagem” para determinação do sexo. A relação machos/fêmeas costuma ser de 50/50, ou seja, metade serão machos e a outra metade serão fêmeas. Mas a esmagadora maioria dos machos não sobrevive à saída da casca... Como os pintainhos macho não põem ovos e não são rentáveis para produção de carne, espera-os logo uma morte impiedosa, geralmente por asfixia ou esmagamento. Todos os anos, só na União Europeia, são mortos cerca de 335 milhões de pintos macho recém-nascidos, que são depois utilizados em fertilizantes ou rações para outros animais (os bem conhecidos “subprodutos animais”).

Se, para os pintainhos macho, a vida acaba geralmente no dia em que nascem, para as fêmeas, este é o primeiro dia de uma curta vida de exploração e confinamento. Em praticamente todos os aviários, as galinhas são criadas aos milhares dentro de pavilhões e levam vidas absolutamente miseráveis, impedidas de agir de acordo com os seus instintos naturais mais básicos (como esgravatar na terra) e de socializar com outras galinhas de forma natural. Nos aviários, a concentração de fezes e detritos é tão elevada, que se formam gases tóxicos como o gás amoníaco ou o gás sulfídrico.

Num ambiente natural, as galinhas fazem amizades umas com as outras mas, amontoadas em pavilhões, sem espaço e sem privacidade, o único comportamento possível é o da agressividade ditada pelo instinto de sobrevivência. Por isso, na maioria dos aviários, as pintainhas são mutiladas pouco após nascerem: o bico, que é altamente sensível, é-lhes cortado com uma lâmina quente para minimizar os danos que possam causar umas às outras por estarem amontoadas em espaços sobrelotados.

Por volta das 18-20 semanas de idade, as galinhas começam a pôr os seus primeiros ovos. Uma galinha selvagem põe 12 a 20 ovos por ano (o suficiente para dar continuidade à espécie) mas, em resultado da reprodução selectiva e da manipulação genética que a indústria tem feito nas últimas décadas, as galinhas poedeiras chegam a pôr 300 ovos por ano. A contínua perda de cálcio provocada por uma produção tão elevada e desnatural de ovos, aliada à ausência de exercício, traz graves consequências físicas às galinhas, que sofrem frequentemente de osteoporose e ossos partidos quando ainda numa idade jovem.

Por volta das 71-72 semanas de idade, começa a chegar ao fim o primeiro ciclo de postura de ovos. Há aviários que forçam as galinhas a uma muda de penas para induzir um novo ciclo (o que implica privação de comida e de luz) mas, como a produção de ovos será 10-15% mais baixa do que no primeiro ciclo, as galinhas são geralmente enviadas para o matadouro assim que a produção de ovos começa a declinar. Afinal de contas, é mais barato matar as galinhas e substituí-las por outras mais novas do que continuar a alimentar galinhas que já não produzem o máximo.

Chegadas ao fim da sua utilidade, as galinhas poedeiras têm exactamente o mesmo destino que os frangos criados para carne: acabam no matadouro. Chegadas ao matadouro, as galinhas são penduradas pelas patas em ganchos numa linha de suspensão para serem mergulhadas de cabeça para baixo num tanque de água electrificado, o que lhes provoca um choque eléctrico que deve insensibilizá-las para o corte fatal. Por vezes, os seus corpos estão tão devastados, que as galinhas são utilizadas para rações, para fertilizantes ou são simplesmente despejadas em aterros.

Muitas pessoas julgam que as galinhas são tratadas condignamente na produção de “ovos de galinhas em liberdade” ou “ovos do campo” (ovos cage free ou free range). Na verdade, praticamente todos os ovos de “galinhas em liberdade” são produzidos em explorações industriais intensivas onde as galinhas se amontoam aos milhares em grandes pavilhões escuros e passam por um inferno idêntico ao das galinhas poedeiras enjauladas.

Seja qual for o tipo de exploração (convencional, biológica, de “ovos do campo”, “ovos de galinhas livres” ou de outra denominação agradável para os consumidores), os pintainhos macho são sacrificados após nascerem e a vida das galinhas é abrupta e violentamente interrompida depois de uma curta existência de exploração. Em santuários, onde vivem em liberdade sem serem explorados, os galos e as galinhas podem viver mais de 10 anos.

Consumir produtos de origem animal é consumir violência, seja qual for o rótulo simpático e alegre com que a embalagem é disfarçada. Está nas mãos de cada um de nós não compactuar com esta exploração e morte. Desliga-te da exploração e violentação dos outros animais, abraça o veganismo!

Esta é a realidade que nos recusamos a encarar. A indústria alimentar é responsável por 99% de toda a exploração, sofrimento e morte que causamos aos outros animais. Ajudar estes animais não está nas mãos das organizações de protecção animal, não está nas mãos dos políticos, não está nas mãos dos tribunais, não está nas mãos da polícia. Ajudar este animais está nas mãos de cada um de nós, aqui e agora. Abraça o veganismo e faz a diferença!